Advaita: o Caminho sem Caminho

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Uma Introdução ao Advaita

Uma Introdução ao Advaita

O Ensinamento Vivo da Não-Dualidade

Não-Dualidade

Advaita é uma palavra composta do sânscrito que significa "não dois".

Embora possa referir-se a qualquer coisa, é uma palavra muito importante na tradição espiritual Védica, porque indica um fato importante sobre a natureza da consciência, o Si Mesmo.

A parte dos Vedas que lidam com o tema da iluminação é chamado Vedanta.
Vedanta sustenta que a realidade é advaita, "não-dois". Isto significa que a distinção sujeito-objeto, que é a característica que mais se sobressai daquilo que os indivíduos não iluminados consideram que é a realidade, não existe realmente, ainda que pareça.

Este é um fato muito importante sobre a existência, porque é a distinção entre sujeito e objeto, que é responsável por grande parte do sofrimento existencial que caracteriza a vida humana. É a causa de todos os tipos de transtornos emocionais, porque ao aceitar a dualidade sujeito-objeto como um fato coloca o indivíduo em conflito com os objetos.

Na dualidade, o sujeito, a pessoa que foi condicionada a acreditar que sou, considera a si mesmo como limitada e incompleta. Devido a este fato, ele ou ela sente que necessita de objetos — uma casa, um trabalho, um relacionamento, filhos, etc — para eliminar a sensação de "incompletude" associada a sua condição de sujeito. Ele ou ela deve desenvolver estratégias para alcançar os objetos desejados e evitar objetos indesejados.

Buscar e evitar os objetos representa um sofrimento considerável. Devido a que tanto o sujeito quanto os objetos estão submetidos a mudanças, enquanto estão no tempo, onde a dualidade existe, é difícil obter e conservar os objetos desejados.

O tempo, a característica mais marcante da dualidade, coloca uma ênfase considerável no tema também. Seus desejos estão mudando constantemente. Ao se conseguir um objeto, se produz uma transformação no sujeito, que por sua vez provoca uma mudança na sua relação com o objeto. O atrito constante causado pela interação entre o sujeito e objetos inevitavelmente conduz a perda de energia e a morte.

O Vedanta sustenta que a dualidade é meramente uma crença produzida pela ignorância da natureza da realidade, não um fato. Com efeito, a realidade é não-dual. Isto significa que a distinção entre sujeito e objeto não existe realmente. O sujeito não é diferente dos objetos. Sujeito e objetos são manifestações aparentes do Si Mesmo [Ser] ou a Consciência não-dual.

A Iluminação é a libertação do sofrimento que surge quando a natureza não-dual do Si Mesmo é totalmente percebida. Quando já não se percebe a si mesmo como separado do mundo dos objetos — sim, as pessoas também são objetos na dualidade — o conflito desaparece e o sujeito é liberado do desejo de obter e conservar objetos.

O Vedanta é um modo de investigação comprovado ao longo do tempo sobre a natureza da realidade, que em última instância resolve a dualidade ‘sujeito-objeto’, revelando a natureza não-dual do Si Mesmo.

James Swartz

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