DESTINO OU LIVRE-ARBÍTRIO:
QUAL DETERMINA A NOSSA VIDA?
Quem
formula essa pergunta espera uma resposta categórica. Deseja saber qual dos
dois é o fator decisivo na vida – o destino ou o livre-arbítrio.
Em
suas obras, o Sábio responde assim:
“O
debate quanto a qual dos dois – destino ou vontade humana – é mais poderoso,
interessa apenas àqueles que ainda não têm iluminação sobre a verdadeira
natureza do ego, do qual surgem essas duas ideias. Aquele que tem
esclarecimento sobre isso transcendeu ambos e já não se interessa pela
questão”.
A
um visitante que lhe formulou essa pergunta, o Sábio respondeu: “A resposta a
essa pergunta, se eu a desse, seria um tanto difícil de ser compreendida.
Contudo, quase todos fazem essa pergunta em algum momento na sua vida. Devemos
conhecer a verdade daquele que parece ser afetado, ou não, pelo destino.”
Nesse
ponto o Sábio evidentemente quis dizer o ego. Como a distinção entre o destino
e o livre-arbítrio existe somente para o ego-mente, a verdade da questão é
inseparável da verdade sobre o ego, a qual só pode ser compreendida através da
Busca.
Tendo
dito isso, o Sábio continuou explicando o significado real do destino: “O
destino tem um começo – uma causa – e essa é a ação, a qual não existe sem livre-arbítrio.
Portanto, como o livre-arbítrio é a causa primeira, ele é o fator predominante,
e educando o livre-arbítrio podemos conquistar o destino.”
Educar
o livre-arbítrio significa tomar o processo de autoinvestigação – a Busca
ensinada pelo Sábio – ou, alternativamente, entregar-se a Deus enquanto
Realidade Única. “O que normalmente se denota por autoconfiança nada mais é do
que a confiança no ego, o que fortalece a prisão. Apenas a confiança em Deus é
a verdadeira Autoconfiança, porque Deus é o Ser [Eu Real].”
É NECESSÁRIO TER UM GURU?
É
uma crença comum entre aqueles que tem tendências espirituais que todos que
aspiram ao estado de libertação devem no tempo devido encontrar um Guru e
apegar-se a ele. Alguém perguntou ao Sábio quanto à validade desta crença. A
resposta foi a seguinte: “Enquanto alguém se julgar pequeno – laghu – deve
apegar-se ao grande – o Guru. Ele não deve, no entanto, considerar o Guru como
uma pessoa. O Sábio é apenas o Eu Real do discípulo. Quando esse Eu Real é
alcançado não existe nem Guru nem discípulo.”
Essa pergunta surgiu porque o
próprio Sábio não teve Guru – pelo menos nenhum Guru exterior.
Em
outra ocasião o Sábio disse: “Seria necessário um mestre, se alguém precisasse
aprender algo novo; mas o caso aqui é desaprender.”
COMO SUPERAR AS PREOCUPAÇÕES DA VIDA?
Um
visitante disse: “Estou sujeito a preocupações sem fim. Para mim não existe
paz, embora nada me falte para ser feliz.”
O
Sábio perguntou: “Essas preocupações o afetam quando você está dormindo?”
O
visitante admitiu que não.
O
Sábio lhe fez outra pergunta: “Você é o mesmo homem, ou é diferente daquele que
dormiu sem preocupações?”
“Sim,
eu sou a mesma pessoa.”
O
Sábio disse: “Então, certamente, essas preocupações não lhe são inerentes. A
culpa é sua se você supõe que elas são suas.”
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