Só há uma questão a ser
enfrentada antes de qualquer outra: a crença de que estou separado de Deus, da
Fonte.
Esta crença é um simples
pensamento deturpado sobre si mesmo, nada mais do que isso. Todos os aparentes
erros decorrem desta crença de que estou separado da Fonte Original.
E qual a razão de se
afirmar de que a separação não ocorreu e é somente uma crença?
A consciência não-dual é óbvia, natural, espontânea. Todos os livros sagrados falam desta unidade e pode-se sintetizá-la nas escrituras cristãs nas seguintes idéias: O QUE DEUS UNIU O HOMEM NÃO
SEPARA ou EU E O PAI SOMOS UM.
Esta crença da falsa
separação (véu de maya entre os hindus) faz com que a consciência adormeça profundamente e de
que o assim chamado ego apareça como um impostor —, em uma vã tentativa de
querer tomar o lugar de Deus.
Com o surgimento deste falso eu surge a CULPA (pois se imagina que tomou o lugar de Deus), e
consequentemente o MEDO de ser punido, que por sua vez faz aparecer todas as defesas
como se estivéssemos sendo atacados, cujas defesas muitos dão o nome de
defeitos psicológicos (sete pecados capitais), que por sua vez geram mais
CULPA, mais MEDO, e assim por diante. Aqui começa samsara - a roda de nascimentos e de ver erro no outro.
É possível sair desta
roda? Se a resposta é sim, como?
É na auto-observação de si
mesmo por meio da indagação quem sou eu?, que acordamos deste sonho e nos
lembramos da Filiação Divinal. Alguns sábios propõem Quem sou eu? (Sujeito), O
que estou fazendo (Objeto?) Onde estou? (Lugar).
Estas são perguntas que
não precisam ser respondidas, e tão pouco esquecidas. A pergunta, ou as perguntas, é
para nos lembrarmos de quem somos, o que estamos fazendo, onde estamos, sem que
precisemos respondê-las, pois ao se indagar, se auto inquirir, imediatamente,
por si só, é lançada a Luz da Consciência sobre o falso eu, que desaparece como
sombras sob esta LUZ.
Isto é uma tarefa muito
simples e não exige nenhum grande esforço intelectual, e está acessível a
todos.
Ao se ter a consciência da
sua Origem brota o reconhecimento da própria LUZ, e como o exterior é o reflexo
do interior (axioma bem conhecido e muito propagado nos meios espirituais), se
reconhece no teu irmão a IGUALDADE da sua Filiação, e, assim, SOMOS TODOS UM.
Eis aqui a genuína igualdade, isto é, a essência do amai-vos uns aos outros.
Só a Consciência é capaz
de reconhecer a Si Mesma. E ela é UNA.
A parábola do filho
pródigo está a lembrar de que o Filho parece ter se esquecido da sua Casa
Original. Voltar para casa não é outra coisa senão acordar deste sonho. Acordar
ou despertar significa que se deu conta (tomou consciência) de que sair de casa
era só uma simples crença na separação da fonte, não mais que uma mera opinião deformada
sobre si mesmo.
Adão é o filho que
aparentemente adormeceu; mas Jesus é o mesmo filho que se lembrou da sua Fonte,
reconheceu a sua Origem, e viu que nunca tinha saído da casa paternal, senão em
sonho.
Na nossa percepção
invertida (visão deturpada pelo falso eu) acreditamos que somos pecadores,
defeituosos, incompletos, inadequados, e isto equivale a NEGAR a Deus, pois Ele
deu um valor ao Filho que ninguém pode negar (quem poderia negar se Deus
afirmou?).
E este valor de SER O QUE
O CRIADOR É não necessita ser conquistado, pois já realizado pelo próprio
Criador, pois no pensar/sentir que é um objetivo a ser alcançado estamos
implicitamente afirmando que a obra de Deus é falha, e que depende de nós (do
presunçoso ego) para ser completada.
É isto possível?
Há lógica em se afirmar
que Deus (realidade) depende do ego (ilusão) para ver sua obra completa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário