A natureza da felicidade.
Se fizermos uma pesquisa entre os sete bilhões de pessoas que vivem hoje em nosso planeta, e perguntássemos o que eles o que mais querem na vida, quase todos responderiam "SER FELIZ".
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Algumas pessoas não poderiam formular esta resposta diretamente e diriam por exemplo que querem um companheiro(a), uma família, ou mais dinheiro - mas tudo isso é somente desejado pela felicidade que produz. Na verdade, a maior parte das atividade que realizamos, as realizamos com a perspectiva de felicidade. Em nossa busca pela felicidade começamos explorando as possibilidades que estão disponíveis em áreas convencionais do corpo, da mente e do mundo.
Desde pequenos descobrimos que a aquisição de um objeto do nosso desejo, parece produzir a felicidade que tanto desejamos. Como resultado, é estabelecido em nossas vidas, um fato fundamental: a correlação entre a aquisição de objetos, atividades e relações e a experiência da felicidade.
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No entanto, depois de um tempo, e embora possa ser que continuamos na posse do objeto desejado - seja um objeto físico, um relacionamento, uma atividade ou um estado mental - a experiência da felicidade que parecia produzir, se vai desvanecendo. Isso deveria bastar para que nos déssemos conta de que a felicidade não é o resultado da aquisição de objetos, relações ou estados alterados.
Se a felicidade tivesse relação com os objetos, deveria seguir enquanto estes continuassem presentes.
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Em vez de assumir esta mensagem tão simples, nós nos limitamos a descartar o objeto que uma vez pareceu nos dar felicidade e buscamos outro em seu lugar, com a esperança de que nos devolverá a felicidade que de novo nos falta. Na verdade este padrão de perseguir um objeto atrás do outro, constitui uma tentativa de obter a felicidade, a paz e o amor.
E é o padrão básico com que a maioria das pessoas governam suas vidas.
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Após o repetido fracasso dos objetos habituais de desejo que nos trouxeram felicidade, começamos a explorar outras opções.
Então podem ocorrer duas coisas: ou bem nos submergimos nos campos convencionais do trabalho, de dinheiro, da comida, ou o sexo e as relações - cada vez mais, até se chegar a obsessão, a qual nos leva a um nível ou outro de vício, ou bem retiramos nossa atenção do campo das possibilidades convencionais e empreendemos uma busca espiritual.
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A busca espiritual geralmente acontece depois que os campos de experiência falharam em nos conduzir à felicidade, à paz e ao amor. Já não conseguimos a felicidade, a qual parece que só podemos perceber em momentos fugazes, agora então, buscamos um estado de iluminação permanente.
No entanto, nossa busca pela iluminação não é nada além de uma reorientação da busca convencional da felicidade.
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Esta busca nos leva à novos âmbitos de experiências. Agora tendemos à centrarmos mais na aquisição de estados mentais do que em objetos ou relações mundanas; E assim, como a obtenção de um objeto, ou relação põem fim temporariamente a essa busca convencional, dando-nos uma breve degustação da felicidade, agora, estes estados mentais recentemente adquiridos, supõem o final temporal da busca espiritual. Nos proporcionam uma vez mais um vislumbre da mesma felicidade, que agora denominamos de iluminação ou despertar. Da mesma maneira que antes havíamos nos confundido com a aquisição de objetos e relações com a fonte da felicidade, confundimos agora estes novos estados mentais com a iluminação.
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Ocorre que os breves momentos de felicidade que temos agora, são rapidamente eclipsados, como acontecia com os momentos de felicidade de antes, graças aos velhos padrões que nos levam sempre a buscar a felicidade, a paz e o amor nos objetos, as relações e agora, nos estados alterados.
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O resultado é que nós somos novamente confrontados com o fracasso de nossa busca, só que desta vez não nos restam mais âmbitos para serem explorados.
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Assim como o filho pródigo, nós temos nos aventurado dentro de um país distante, perseguindo a felicidade, e agora já temos esgotado todas as possibilidades de encontrá-la.
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Alguns experimentam este fracasso como um tempo de crise ou desespero. Já não existem mais direções para seguir, e ainda não alcançamos a tão desejada felicidade. Os meios habituais de levar a busca até o fim, ou ao menos evitar o incômodo que ela provoca - atividades, relações ou estados mentais mais sutis, meditativos - podem até tê-la entumecido temporariamente, mas ainda arde essa busca em nossos corações.
Não sei onde nem o quê buscar e mesmo assim, preciso fazê-lo!
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Todos nós temos que chegar a estes extremos. Em alguns casos a inteligência e não a decepção, é o que precipita a compreensão de que aquilo que realmente buscamos não pode ser encontrado em nenhum estado do corpo, nem da mente, ou do mundo.
De fato, é sempre nossa própria inteligência inata que está operando. No caso de algumas pessoas, acontecem na forma de uma crise que golpeia o núcleo de nossas vidas; no caso de outras, esta crise pode ser menos acentuada.
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Seja como seja, em qualquer dos casos, pode abrir-se uma nova porta, a única que não foi explorada ainda.
Se abre no momento em que nos perguntamos quem é esse eu que se põem em busca quase que constante da felicidade e qual é a natureza dessa felicidade.
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Este é o momento em que o filho pródigo se dá conta de que precisa voltar para casa."